Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos

15 de outubro: Dia Internacional da Mulher Rural

Você sabia que as mulheres representam 47,5% da população rural no Brasil? Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são mais de 15 milhões de trabalhadoras residentes no campo.  O trabalho das mulheres rurais é fundamental para a segurança alimentar e nutricional mundial, além de atuarem para a erradicação da fome no mundo. Apesar da sua importância, recebem pouco reconhecimento e passam por sérias dificuldades. Enfrentam desafios como a desigualdade de gênero, preconceito e a pobreza rural, além de terem menos acesso a recursos produtivos (água, terra) e não produtivos (treinamento, crédito).

Os dados mais recentes apontam que 50,3% das mulheres são economicamente ativas. Cerca de 30% ganhavam entre meio e um salário mínimo e 30% não tinham rendimento. Apenas 3% delas obteve 15 ou mais anos de estudo. (PNAD 2015). Falando em dados, um dos problemas é a falta deles, principalmente dos que façam o recorte de mulheres do campo. A carência de informações abrange diversas áreas, como serviços de saúde, assistência social, educação e segurança. Isso implica diretamente na identificação e resolução de problemas, trazendo o exemplo da violência física e sexual sofrida por essas mulheres que não são contabilizadas.

As funcionalidades das tecnologias e inovações na área agrícola facilitam a vida do trabalhador, mas muitos desses recursos ainda não chegaram nas mulheres. É preciso uma estratégia didática para adaptar esse conteúdo e acompanhar o desenvolvimento delas diante das ferramentas possíveis. Mas isso pouco acontece.

Mesmo com menos direitos, trabalham mais que os homens. Além do trabalho no campo, elas também são encarregadas de realizar afazeres domésticos, cuidar das crianças, dos idosos e dos enfermos. Ao todo, somam-se 12 horas de trabalho a mais. Mesmo na invisibilidade, já lutaram para conquistar o direito à terra, a extensão de direitos trabalhistas para mulheres trabalhadoras rurais e o acesso aos benefícios da Previdência Social.

Em razão disso, em 2019 foi criada a campanha #MulheresRurais, Mulheres com Direitos. Ela é uma iniciativa da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), da ONU Mulheres, da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (REAF) e da Diretoria Geral de Desenvolvimento Rural do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (DGDR-MGAP) do Uruguai. A campanha deste ano tem como tema “Pensar em igualdade, construir com inteligência, inovar para mudar”. O principal objetivo é valorizar o trabalho das mulheres rurais e combater a desigualdade de gênero que as atinge. A pobreza rural e a segurança nutricional também são os tópicos abordados. A campanha terá mobilizações até o final do mês de dezembro, realizando atividades para conscientizar a população sobre o assunto e para melhorar a vida dessas mulheres.

 

Para saber mais:

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)

Campanha #MulheresRurais, Mulheres com Direitos

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)